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Ex-servidor com salário de R$ 10 mil é suspeito de desviar dinheiro da Prefeitura de Cidade Ocidental para pagar mansão e até casamento de luxo

Investigação apura desvios que somam mais de R$ 120 milhões em mais de 100 contratos em diversas áreas. Durante a primeira fase da operação, o prefeito do...

Ex-servidor com salário de R$ 10 mil é suspeito de desviar dinheiro da Prefeitura de Cidade Ocidental para pagar mansão e até casamento de luxo
Ex-servidor com salário de R$ 10 mil é suspeito de desviar dinheiro da Prefeitura de Cidade Ocidental para pagar mansão e até casamento de luxo (Foto: Reprodução)

Investigação apura desvios que somam mais de R$ 120 milhões em mais de 100 contratos em diversas áreas. Durante a primeira fase da operação, o prefeito do município foi afastado do cargo, mas retornou após decisão da Justiça. Servidor público com salário de R$ 10 mil é investigado por desviar dinheiro da Prefeitura O ex-pregoeiro e ex-secretário extraordinário da Prefeitura de Cidade Ocidental, Gabriel Paixão Ribas, é investigado por desviar dinheiro do município para pagar mansão, viagens e até casamento de luxo (veja detalhes abaixo). Na prefeitura, segundo o portal da transparência, o salário do servidor era de cerca de R$ 10 mil, o que seria incompatível com a movimentação financeira, segundo a investigação. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp O g1 não conseguiu contato com a defesa de Gabriel Paixão Ribas até a última atualização desta reportagem. A Operação Ypervoli cumpre 16 mandados de busca e apreensão em Goiás e no Distrito Federal, nesta quarta-feira (18), em continuação à investigação iniciada em setembro deste ano, quando o ex-secretário foi preso e o prefeito Fábio Correa (PP) afastado do cargo, por quase dois meses. Fábio retornou ao mandato em 23 de outubro deste ano por decisão judicial, que revogou também a prisão de Gabriel Paixão, que atuava como secretário municipal extraordinário. O g1 entrou contato com o prefeito Fábio Correa, mas não recebeu retorno até a última atualização deste texto. A reportagem não conseguiu contato com os outros investigados. O g1 procurou a Prefeitura de Cidade Ocidental que disse, em nota (leia texto completo abaixo), que "até o momento, não foi comprovada qualquer irregularidade nos atos administrativos". O texto diz ainda que a prefeitura colabora com as investigações e está à disposição das autoridades. A reportagem também falou com a Ordem dos Advogados do Distrito Federal (OAB/DF), já que Gabriel Paixão Ribas é advogado. A instituição disse em nota (texto completo abaixo) que acompanha o cumprimento dos mandados para que "as prerrogativas da advocia sejam respeitadas". A Ordem disse ainda que, a partir do esclarecimento dos fatos, poderão ser encaminhadas ao Tribunal de Ética e Disciplina denúncias de eventuais condutas antiéticas. LEIA TAMBÉM: PF investiga prefeito e servidores públicos suspeitos de desviar mais de R$ 120 milhões de Cidade Ocidental Prefeito de Cidade Ocidental é investigado em operação contra fraudes em contratos que somam R$ 65 milhões Operação cumpre mandados contra ex- secretário de Saúde e outros suspeitos de desvio de R$ 10 milhões em Goiânia Na primeira fase da operação, os investigadores apontaram que o ex-secretário Gabriel Paixão adquiriu uma casa no valor de R$ 1,6 milhão, "sendo a maior parte destes recursos repassada por empresas contratadas” pelo município, cita o documento judicial. Nesta nova fase, como justificativa para os mandados, a desembargadora Solange Salgado destacou que há “indicativos de ilicitudes que vão além daquelas tratadas” no começo das investigações, que resultou na prisão do ex-secretário e no afastamento do prefeito. “Isso porque, essa fase da apuração trata da malversação de recursos públicos envolvendo valores bem maiores do que os identificados no início da investigação, sobretudo os recursos destinados ao transporte escolar e a locação de veículos, mediante aditamentos e superfaturamento de contratos, muitos deles homologados pelos ex-secretários municipais”, destacou a juíza. Além de Gabriel, são citados nesta fase, outros dois ex-secretários. Conforme as investigações, sócios de mais duas empresas estariam envolvidos no esquema. A suspeitas são que os donos dessas empresas, que tinham contratos com a prefeitura de Cidade Ocidental, pagaram pela compra de uma casa para Gabriel em Vicente Pires, no DF, e bancaram as despesas do casamento dele ocorrido em agosto deste ano, na Bahia. Vida de luxo Gabriel Paixão Ribas, investigado por corrupção na Prefeitura de Cidade Ocidental, durante festa de casamento, Goiás Reprodução/Redes sociais De acordo com a investigação, existem indicios de que recursos públicos teriam sido usados para patrocinar a aquisição de imóvel residencial para o ex-pregoeiro e ex-secretário municipal, Gabriel Paixão Ribas em Vicente Pires, no DF, como também há suspeitas de que empresas ou parte delas tenham arcado com as despesas do casamento de Gabriel e da mulher dele, ocorrido em agosto de 2024, na Bahia. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa de Gabriel Paixão, os policiais encontraram uma escritura particular de compra e venda de uma casa, que fica em Vicente Pires, no DF. A casa foi comprada por R$ 1,6 milhão, segundo a polícia. Os documentos apresentados pela vendedora do imóvel mostram transferências bancárias feitas por Gabriel no valor de R$ 1,3 milhão, que seriam mediante repasses efetivados por empresas que participaram de licitações por ele conduzidas e que firmaram contratos na área de transporte e educação em Cidade Ocidental. Ainda segundo a investigação, um empresa que presta serviço para o município teria bancado os recursos para o casamento de Gabriela Paixão e da esposa, ocorrido em agosto de 2024, em Arraial D'Ajuda, na Bahia. O documento aponta que notas fiscais mostram que o casal gastou R$ 413.727,14 em um luau comemorativo do casamento e que esses recursos não são justificados pelos ganhos declarados do investigado. Prefeito é afastado do cargo Fábio Correa, prefeito de Cidade Ocidental, em Goiás Reprodução / Redes sociais de Fábio Correa Em agosto deste ano, o prefeito Fábio Correa (PP) foi afastado do cargo durante uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Na época, as autoridades deram início à investigação de supostas fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. A PF relatou que identificou em apenas um dos contratos, assinados em 2017 e prorrogados até este ano, que uma empresa de transporte escolar teria recebido aproximadamente R$ 117 milhões. Mas, possui como sede um imóvel que demonstra se tratar de uma empresa de fachada. Neste caso, a Controladoria Geral da União (CGU) estimou que quase R$ 63 milhões, mais da metade do valor pago, teria sido superfaturado. Na ocasião, O TRF1 expediu 27 mandados de busca e apreensão, determinando o afastamento do prefeito. Um mandado de prisão preventiva e oito mandados referentes a medidas cautelares foram cumpridos pela polícia. Nota - Prefeitura de Cidade Ocidental A Prefeitura de Cidade Ocidental reforça que, desde o início das investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, tem colaborado plenamente e permanece à disposição das autoridades para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos. Reiteramos que a gestão municipal sempre pautou suas ações pelos princípios da legalidade, transparência e compromisso com a ética pública, reafirmando sua confiança na Justiça. Até o momento, não foi comprovada qualquer irregularidade nos atos administrativos. A Prefeitura reafirma o compromisso de continuar colaborando com as investigações, atendendo prontamente a todas as solicitações. Instituições públicas e seus servidores têm o dever de se manter abertos ao escrutínio público, garantindo plena transparência e cooperação com os processos investigativos. Cidade Ocidental, Goiás, 18 de dezembro de 2024. Nota - OAB/DF A Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), por meio da Procuradoria de Prerrogativas, desde o início da manhã, acompanha o cumprimento de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Yoervoli, para que as prerrogativas da advocacia sejam respeitadas ao longo das diligências. Todos as informações e desdobramentos da referida operação serão enviados ao juízo natural, à Corregedoria e à OAB/DF. A partir da apuração e esclarecimentos sobre os fatos, poderão ser encaminhadas ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED/OAB/DF) denúncias quanto a eventuais comportamentos antiéticos dos profissionais. Newton Rubens - Diretor de Prerrogarivas - Comunicação OAB/DF 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. 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